domingo, 29 de maio de 2011

Como crianças nos braços do Pai

Quem nunca se meteu em confusão aos doze anos?

Certo dia eu estava voltando para casa, a rua estava deserta quando encontrei o vizinho que morava na casa de frente para a minha. Ele era de uma família cinco irmãos que não se davam muito bem com os outros meninos da rua e, por essa razão, eu não tinha muita afinidade com eles.

Não me lembro como a discussão começou, mas me lembro que não demorou muito para que nós estivéssemos engalfinhados brigando pelo chão. Tinha chovido no dia anterior e minha rua era de terra, portanto, havia muita lama e o efeito da areia molhada piorava a sensação de estar brigando no chão.

A briga estava equilibrada, apesar de meu vizinho ser mais velho, eu era um pouco maior que a média para minha idade e acreditei que depois de alguma troca de socos e insultos os dois acabariam desistindo daquele duelo inóspito na lama. Quando eu achei que meu adversário iria desistir, o portão de sua casa abriu e seus dois irmãos mais novos viram-no aparentemente em desvantagem. Foi a minha ruína!

Daquele momento em diante, passei a levar uma surra de um adversário furioso e de dois assistentes, no mínimo, incômodos (eles não batiam com força, mas criavam condição para que o irmão mais velho continuasse a me bater). Minha sorte começou a mudar quando um outro vizinho mais novo que eu (ele devia ter uns sete ou oito anos) saiu ao portão da sua casa e viu a briga. Ele era muito pequeno para intervir no combate, mas se dispôs a correr em direção a minha casa para pedir ajuda a alguém da minha família.

Tudo parecia se encaminhar para um desfecho, entretanto eu não sabia de um detalhe: meu vizinho benfeitor era gago e, como todo gago, ele ficou mais gago ainda por estar nervoso com a situação. Até que ele avisasse sobre a briga, eu ainda levei mais alguns minutos de socos e pontapés.

Por fim, minha mãe entendeu que algo grave estava acontecendo lá fora e chegou ao portão. Os meus algozes correram para sua casa com medo dela e eu pude me levantar com o orgulho tão ferido quanto meu corpo. Restou a mim encarar a bronca da minha mãe e dar explicações que eu mesmo não tinha.

Olhando para esse episódio pude perceber o quão frágeis são as nossas convicções quando confiamos no ser humano:

Assim diz o Senhor: Maldito o varão que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor”(Jr 17: 5)

Não confiar no homem não se trata de deixarmos acreditar que as pessoas são capazes de cumprir o que se comprometeram a realizar, aliás, acreditar nas pessoas deve fazer parte das nossas convicções de fé (como iremos crer na transformação de vida de alguém se não dermos crédito à pessoa?); antes, não depositar a confiança no homem é não atribuir a ele o que só Deus é capaz de fazer.

Quando Deus nos adverte acerca de não confiar no homem, muito mais que não confiar nas outras pessoas, Ele quer nos lembrar de que não devemos nos estribar em nossas próprias forças. O Senhor, como Pai, quer nos tratar como filhos, mas precisamos nos sentir filhos para receber esse amor, como o próprio Senhor Jesus nos ensinou:

Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.” (Mt 18:2 – 4)

Nossa força está na capacidade de dependermos da provisão que o Pai está disposto a nos fornecer. Como crianças que esperam a solução vinda do pai, como crianças que admitem que são dependentes somos desafiados a confiar no amor do Senhor e admitir que é Ele o único que pode, de fato, fazer o que nenhum homem é capaz de fazer.

Nosso maior inimigo na busca da dependência de Deus é a autossuficiência. É ela que nos dá a falsa impressão de que seremos capazes de solucionar nossos dilemas. É a autossuficiência que nos faz crer que nosso emprego garantirá a segurança de nossa família ou que nossa rede de relacionamentos dará conta de resolver qualquer problema que possa surgir em nossa vida.

A autossuficiência é uma mentira que só se revela em situações desesperadoras e aí está o seu efeito mais destruidor: quando estamos certos de que superaremos uma adversidade, nos deparamos com a ineficácia de nossos recursos. A doença para a qual não existe tratamento, o filho que enveredou por caminhos de marginalidade, é o companheiro que se entregou aos vícios ou ao adultério, contra essas coisas nosso braço falível de carne nada pode.

A receita para vencer a falácia da autossuficiência é simples (mas nem sempre fácil): voltar o coração ao Senhor. Nem sempre é fácil admitir que o que nos manteve isentos dos problemas não foi nossa habilidade em lidar com tais situações, antes, foi a mão misericordiosa do Senhor Jesus. Admitir isso significa negar nossa soberba, nossa altivez e esses são pecados que criam raízes imensamente profundas em nossa alma. Arrancá-las implica em abrir mão da parte do nosso ser que julga ser possível ao homem viver sem Deus.

Confiar em Deus é sempre a melhor opção. Quando confiamos em nosso braço sempre encontraremos a decepção, a derrota ou ainda três vizinhos furiosos dispostos a brigar.

terça-feira, 17 de maio de 2011

O Profeta, o Futebol e a Caverna


A cura pode vir quando menos se espera.

Quando eu tinha 16 ou 17 anos, eu trabalhava como aprendiz em uma empresa multinacional, nossas férias da empresa coincidiam sempre com as férias escolares do fim do ano, nas férias escolares do meio do ano nossa rotina de aprendizes era a rotina de qualquer trabalhador. Quando vivíamos esse período do ano, férias na escola e trabalho normal, aproveitávamos os fins de tarde e o início da noite no centro de lazer da empresa.

Bem, foi em um período desses que surgiu uma pequena ferida na parte interna do meu lábio inferior. A princípio, não dei importância, pois poderia ser apenas uma pequena afta que logo, logo desapareceria.

Mas não desapareceu.

De uma pequena ferida, aquilo evoluiu para uma pequena bolha que não doía, não me causava nenhum mal senão o incômodo que eu sentia ao tomar um sorvete comer alguma coisa e, o pior, se eu arrumasse uma namorada, naquela situação, eu não conseguiria beijá-la! Entretanto, ninguém via a pequena bolha e nem imaginava os pequenos transtornos que eu vivenciava.

Cheguei a ir a dois médicos que me disseram a mesma coisa: - Não sei o que é isso, mas passe esse remédio que o incômodo vai diminuir.

Mas não diminuía!

Cheguei a me conformar com aquilo a ponto de me acostumar e esquecer aquele pequeno problema até a hora de tomar um sorvete, comer alguma coisa ou (pensar em) beijar a namorada (que eu não tinha!)

Mas eu disse que aproveitávamos os fins de tarde do meio do ano no clube da empresa. Eu ia muito pouco, porém de tanto meus colegas insistirem, eu fui naquela tarde de terça-feira para jogar futebol. Os times foram escolhidos e eu, que não tinha muito talento esportivo, me ofereci para ficar no gol, para o qual eu também não tinha muito talento, mas era onde a falta de habilidade com a bola aparecia menos. Pelo menos era o que eu pensava até um dos jogadores do time adversário roubar a bola do meu time enganar todos os zagueiros e ficar frente a frente comigo.

Pensei que a minha falta de habilidade era o maior problema a ser enfrentado. Eu estava errado! A falta de habilidade daquele atacante foi o que mais me assustou: ao invés de me driblar e dar um pequeno toque com categoria, ele encheu o pé e disparou uma bomba na direção do gol. O problema é que eu estava no meio do caminho, mais especificamente, o meu rosto estava no meio do caminho!

Não deu outra: uma tremenda bolada na face!

Antes de notar que eu havia evitado o gol, percebi que o sangue estava pingando no chão. Larguei minha posição e fui rapidamente ao banheiro mais próximo para lavar o rosto e olhar no espelho o estrago que meu rosto tinha sofrido. Para minha surpresa, o sangue não vinha do meu nariz, nem de nenhum corte no rosto, vinha da minha boca. Lavei a boca até estancar o sangue para poder dimensionar o tamanho do ferimento. Depois de olhar por alguns minutos, notei que não havia ferimento algum, aliás havia uma coisa a menos na minha boca: a pequena bolha de sangue. Onde estava a bolha, restou apenas a fina membrana que a envolvia que, depois de alguns dias, foi absorvida pela membrana do lábio. Não restou nenhum vestígio do problema que me incomodou por semanas.

Para mim, a cura (se é que eu posso chamar assim) veio com uma experiência que em nada poderia sugerir a solução para o meu problema e veio acompanhada de uma certa dose de dor: meu rosto doeu uma semana inteira!

Com Elias foi “parecido”.

Após derrotar os (falsos) profetas de Baal e de profetizar o fim da seca em Israel, Elias recebe um recado ameaçador da rainha Jezabel.

Ora, Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito, e como matara à espada todos os profetas. Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses, e outro tanto, se até amanhã a estas horas eu não fizer a tua vida como a de um deles.” (I Rs 19:1-2)

Elias tinha acabado de presenciar o poder de Deus mandar fogo e depois chuva do céu. Antes, havia experimentado a provisão sobrenatural pelos corvos e na casa da viúva de Sarepta e foi o agente do poder do Senhor na ressurreição do filho dessa viúva. Para alguém com esse nível de intimidade com Deus, uma ameaça seria apenas um pequeno incômodo que logo desapareceria.

Mas não desapareceu.

Aquelas palavras caíram como uma bomba no coração do profeta. Tão aterradora foi aquela mensagem que Elias não perde tempo: deixa Eliseu em um lugar seguro, segue para o deserto e, ali, pede uma “morte tranquila”. Digo isso porque “a morte” era o castigo que Jezabel havia jurado aplicar no profeta. De qualquer maneira, a rainha sairia ganhando: silenciaria o profeta que atrapalhava o reinado de seu marido.

Elias não pensou nisso. Não pensou em nenhum dos grandes feitos do Senhor em sua vida, pensou apenas na sua dor, na injustiça cometida contra ele. Naquela hora não importava se Israel sucumbiria diante do poder maligno que estava por trás de Jezabel. Naquela hora, Elias, como qualquer homem, pensou em sua dor e, quanto mais pensamos na dor, mais ela cresce e nos domina. Elias tinha deixado de ver sentido em sua vida de profeta.

Nessas horas, nada do que nos mostram, nada do que acontece ao nosso redor parece fazer sentido, nem mesmo um anjo trazendo pão no meio de um deserto serve para nos convencer do valor que Deus dá à nossa vida.

E deitando-se debaixo do zimbro, dormiu; e eis que um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te e come. Ele olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas, e uma botija de água. Tendo comido e bebido, tornou a deitar-se.” (I Rs 19: 5-6)

Elias estava rapidamente se acostumando a não valorizar o sobrenatural, a não valorizar o cuidado pessoal de Deus com sua vida e isso porque se sentiu abandonado. Sua dor não lhe permitia ver o que estava diante de seus olhos: Deus não o havia abandonado!

O fundo do poço para o profeta foi o fundo da caverna. Bem no íntimo, Elias queria Deus, mas, dessa vez, ele queria um acalanto do Pai. Mas, dessa vez, ele recebe uma missão: ungir Hazael como rei da Síria e Jeú como rei de Israel. O profeta pôde ver o cuidado de Deus sobre sua vida novamente, pois aqueles homens iriam pôr fim aos desmandos malignos de Jezabel. Seriam os agentes que Deus usaria para reestabelecer Seu domínio em Israel.

Porém a cura veio quando Elias não esperava, nem da maneira que esperava. Mesmo voltando a ver sentido em seu ofício de profeta, ainda havia em Elias o sentimento que o levara a fraquejar: acreditar que levava todo o fardo de manter a palavra do Deus vivo em Israel e achar que estava fazendo tudo sozinho. Para curar isso Deus precisava acertar uma bolada na face de Elias:

Todavia deixarei em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não o beijou.” (I Rs19:18)

Pronto! Elias estava livre daquele sentimento de abandono que lhe perseguiu e quase acabou com seu ministério.

A cura vem quando menos se espera!

sábado, 7 de maio de 2011

Goiabas e Provérbios


Posso me enganar em relação a alguns detalhes do fato que irei narrar, pois eu não devia ter mais que seis ou sete anos quando eles aconteceram. Mas o que importa é que eles aconteceram.

Minha família (família aqui engloba meus tios, primos etc) alugou uma mesma casa de praia por algumas temporadas. Eu me lembro que a casa era grande e que ficava em cima de uma outra casa. Tinha vários quartos, uma sala bem ampla e, na época das férias, era capaz de abrigar muita gente. Só hoje me dou conta de que, se a casa era grande e confortável daquele jeito, seu aluguel não devia ser barato. Talvez por isso, a grande quantidade de pessoas que a dividiam (isso barateava o custo individual).

Outro aspecto positivo daquela casa era sua localização. Ficava situada a uma distância razoável da praia e também a uma distância não muito grande de uma das mais procuradas cachoeiras da região. Não sei dizer com exatidão a que distância estávamos da praia ou da cachoeira, mas era perto o suficiente para que meus pais e meus tios confiassem em nós e nos meus primos a ponto de nos deixarem ir sozinhos àqueles lugares.

Pois bem, foi numa dessas nossas idas e vindas ao “Poção” (era assim que chamávamos a represa principal da cachoeira) que eu, meu irmão e dois primos encontramos uma goiabeira repleta de frutas maduras. Como as casas eram, na grande maioria dos casos, de veraneio, era normal que estivessem vazias e fechadas durante os dias úteis da semana. Com a casa da goiabeira não era diferente: estava vazia e fechada. Não me lembro de nenhum muro, talvez houvesse uma cerca, mas não havia ninguém a quem nós pudéssemos pedir as goiabas.

Bom, agora junte as circunstâncias: uma goiabeira carregada de suculentos frutos, uma casa desocupada, nenhum muro e quatro garotos curtindo as férias. Não deu outra: rapidamente, meu primo se dispôs a subir nos galhos que ficavam para fora do terreno, ajudado pelo meu irmão mais velho e pelo meu outro primo. Como eu era o mais novo de todos, eles me deixaram vigiando a rua para ver se alguém iria passar e nos surpreender.

Nada aconteceu!

Em poucos minutos eles desceram da árvore cheios de goiabas para comer durante todo o caminho de volta à casa alugada.

Antes de voltarmos, porém, um dos meus primos sugeriu que lavássemos as goiabas na cachoeira, com o que todos concordaram prontamente. Foi aí que as coisas começaram a se complicar. O mesmo primo que quis lavar as goiabas reclamou de uma coceira no corpo e quis entrar na água para ver se aquela sensação incômoda passaria. Como toda água de cachoeira é extremamente gelada, a coceira cessou de imediato e todos seguimos em direção à nossa casa.

No meio do caminho, o mesmo primo voltou a se queixar da coceira e, desta vez, meu irmão também estava sentindo o mesmo. Não demorou para que meu outro primo fizesse a mesma queixa. Os passos se aceleraram e a sensação só piorava. O pânico tomou conta de nós quando calombos começaram a surgir na pele dos três.

Começamos a correr para chegar a casa o mais rápido possível. Lembro-me da preocupação do meu irmão em ser algo sério. Nunca havia corrido tanto antes (nem sabia que era capaz daquilo!), mas, finalmente, chegamos.

Não me lembro se eles choraram enquanto contavam o que estavam sentindo. Sei que todos da casa se mobilizaram porque os calombos cobriam o corpo todo dos três. Quando, no meio daquela confusão toda, alguém perguntou o que nós tínhamos feito de diferente, eles contaram o episódio das goiabas.

Depois de muito interrogatório, alguém perguntou se eles haviam passado por algum tipo de mato antes de alcançarem os galhos. Eu respondi que sim, que havia uns arbustos entre a cerca e a goiabeira. Então uma das pessoas da casa descobriu a causa da coceira e dos calombos: eles haviam passado por uma erva conhecida como urtiga e, como o nome sugere, esta planta provoca urticária e causa aquele tipo de reação na pele.

Depois que tudo foi revelado, prontamente, um remédio caseiro foi providenciado: um bálsamo para aliviar a coceira e a irritação cutânea.

O susto que meu irmão e meus primos tinham passado fora tão grande que nem foi necessária a bronca que certamente receberíamos pelo erro cometido.

Relembrar esse episódio me fez pensar em um provérbio muito conhecido:

Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Pv 14:12).

Com toda a certeza, todos nós já tomamos decisões das quais viemos a nos lamentar depois. Não há nada errado com o erro (meio contraditório, não?), ou melhor, não há nada de condenável em errar e admitir o erro. O que Deus quer nos falar através desse provérbio é concernente a nossa inclinação a permanecer no erro em função de nossa altivez. Altivez é a incapacidade de enxergarmos nosso próprio pecado, é a dificuldade de aceitar toda a exortação que chega até nós com o intuito de nos livrar de um caminho repleto de consequências desastrosas.

Sabemos que a altivez entrou no coração de uma pessoa quando ela não ouve ninguém a não ser a si mesma, quando ela se recusa a ver que seus atos a estão conduzindo para um caminho cada vez mais estreito e de difícil retorno. O altivo afasta de si aqueles que mais o amam por acreditar que é incompreendido.

Tudo isso porque é difícil acreditar que algo, a princípio, tão prazeroso como o pecado, possa ter consequências tão danosas e por tanto tempo (na verdade as consequências podem durar toda a eternidade). É difícil crer que aquilo que estávamos tão certos de ser algo bom é, na verdade, laço para os nossos pés.

Esse pequeno provérbio é uma das porções mais incisivas da Palavra de Deus porque nos confronta com nossa autossufciência, enquanto que o plano do Senhor sempre foi cuidar de nós como um pai cuida de seus filhinhos:

Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!” (Mt 23:37)

Quando estamos cegos pelo pecado, acreditamos que nossas decisões são o que há de melhor para nossa vida e não nos damos conta de quantos são enviados pelo Senhor para nos trazer de volta à presença dEle.

Muitas vezes somos arrebentados pelas consequências do pecado e ainda achamos que valeu a pena. Quantos acham que para ter o prazer do álcool vale a pena os ferimentos causados pelos tombos? Quantos acham que um adultério vale a ruína de uma família? Quantos acham que a promiscuidade vale o risco de contrair uma doença sem cura? Tudo isso por causa da altivez.

Só há uma cura para a altivez: o quebrantamento. Só quando nosso coração reconhece que somos falhos estamos prontos a confessar ao Pai os nossos pecados. Estamos prontos a nos derramar em Sua presença e admitir que precisamos de Sua ajuda, de Sua graça perdoadora.

Mas há uma boa notícia:

onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm 5:20b)

É a graça do Senhor que O leva a nos perdoar. É Seu amor infinito por nós que O faz providenciar o bálsamo para as nossas feridas quando voltamos para casa como crianças dependentes do socorro do Pai.

Precisamos entender que o Pai nos ama, está disposto a nos perdoar, a cuidar de nós e, sobretudo, precisamos entender que nenhuma goiaba vale a coceira da urtiga.