No finalzinho dos anos setenta e no início dos anos oitenta houve uma crise de abastecimento de feijão no estado do Rio de Janeiro, como eu ainda estava no jardim de infância, eu não sei precisar o tamanho nem a duração desse problema, mas esse é um detalhe que não passa despercebido nesta história.
Como eu disse, eu estava no jardim de infância e comecei a me queixar de dor no ouvido. Como qualquer mãe, a minha tinha uma “farmácia” de remédios para criança colecionados das várias visitas ao pediatra e pingou algumas gotas de um dos remédios em meu ouvido. Aquela era uma situação que minha mãe tinha vivido várias vezes e ela não se perturbou muito a princípio, porém a preocupação cresceu com a persistência da dor.
Já havia se passado alguns dias e a dor de ouvido não melhorava, ao contrário, o problema aumentava. Minha mãe me levou a um hospital de emergência e lá, o médico que me atendeu disse que havia um objeto estranho em meu ouvido que parecia ser um grão de feijão. Minha mãe, de imediato, duvidou e falou ao médico que era pouco provável ser um grão de feijão em função da crise de abastecimento, mas autorizou o médico a fazer a remoção daquele corpo estranho.
Lembro-me que, antes de extrair o objeto, o médico ainda foi simpático comigo tentando apostar se sairia um grão de arroz ou de feijão, mas era tudo estratégia para me distrair da intervenção dolorosa que aconteceria. Acho que foi minha tia que me segurou para o médico pinçar e remover o que se revelaria um grão de feijão. Minha mãe diz que o ouvido estava tão inflamado que um pequeno fio de sangue correu por um curto tempo após a extração do grão.
O curioso (e por que não dizer “engraçado”?) foi que o feijão estava inchado e (pasmem!) germinando. A casca já havia se soltado do miolo e o grão já estava rachado ao meio com um milimétrico broto apontando. Saí do hospital no mesmo dia e hoje sou muito grato a Deus por ter a audição perfeita e por não ter me tornado a primeira criança do mundo a carregar um pé de feijão no ouvido.
Depois de muito pensar, minha mãe descobriu que o grão que “entrou” em meu ouvido veio de um trabalho manual feito na escola que envolvia a colagem de grãos de feijão em uma figura.
Até hoje damos risadas quando minha mãe conta essa história em família, mas uma simples traquinagem (sim, fui eu mesmo que coloquei o feijão por um ouvido acreditando que ele sairia pelo outro!) poderia ter se tornado um problema muito sério. Felizmente minha mãe percebeu seu erro a tempo: o remédio que deveria aliviar minhas dores estava piorando a situação. Quando ela procurou ajuda médica e parou de “regar” a plantinha antes que ela germinasse por completo, aí sim, encontramos a solução.
Quantas vezes não agimos assim em relação a Deus?
Não notamos que introduzimos em nossa vida uma pequena semente do pecado, depois não percebemos que passamos a alimentar o pecado com nossas atitudes de autossuficiência e agravamos a doença de nossa alma.
“Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. Não vos enganeis, meus amados irmãos.” (Tg 1: 14-16)
A Palavra diz que somos tentados pelos nossos próprios desejos enganosos (concupiscência). É ela o pequeno grão de feijão que colocamos, não no nosso ouvido, mas na nossa alma. Acreditamos que satisfazendo nossos desejos, eles sairão de nós, que eles deixarão de nos tentar, como eu acreditei, ingenuamente, que o feijão sairia pelo meu outro ouvido.
A verdade é que um desejo enganoso alimenta outro. Quando percebemos, estamos em um círculo vicioso do qual não conseguimos sair sozinhos. O Palavra do Senhor nos alerta quanto a essa situação quando diz que um abismo chama outro abismo (Sl 42:7) e ,depois que o pecado cria raízes, sua extração se torna, crescentemente, mais difícil e dolorosa.
O grande problema do pecado é que ele nos cega para o verdadeiro remédio e nos empurra em direção a uma vida cada vez mais corrompida. A torpeza causada pelo pecado é tão grande que acreditamos que a única solução possível nos trará um mal ainda maior. Por causa da nossa autossuficiência, achamos que Deus se comportará como um homem e nos jogará no rosto os nossos pecados e depois virará as costas, por isso queremos resolver o problema sozinhos e lançamos sobre nosso pecado paliativos que só o farão crescer e se fortificar e germinar se transformando em raízes de iniquidade. Há pessoas que carregam árvores inteiras de iniquidade porque decidem esconder de si próprias a realidade de que são falhas e que necessitam de ajuda.
Deus tem prazer em nos resgatar, mas Ele não pode consentir o pecado e quando a iniquidade se torna um traço do caráter da pessoa só há uma decisão que o Senhor pode tomar:
“Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.” (Mt 7: 17-19)
Felizmente, quando admitimos nossas limitações, quando deixamos que Jesus assuma o controle da situação somos surpreendidos pela Sua graça:
“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” (Pv 28:13)
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 Jo 1: 9)
Só quando nos submetemos ao tratamento correto, quando admitimos nossa incapacidade em lidar com o pecado e nos livrarmos dele com nossas próprias forças, deixamos que a graça de Jesus faça o seu trabalho. Somente pela graça (não pelo nosso esforço) somos livres de todo o pecado:
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2:8)
É apenas o Senhor Jesus aquele que pode nos sondar, ver dentro de nós onde estão e quais são as raízes que o pecado instalou em nossa alma e, como um médico bondoso, nos confortar enquanto arranca de nós o mal que, certamente, nos condenaria.
E depois que aceitamos todo esse tratamento, podemos ver um fio de sangue correndo, não de nossas almas, mas do coração amoroso daquele que se entregou em nosso lugar.No finalzinho dos anos setenta e no início dos anos oitenta houve uma crise de abastecimento de feijão no estado do Rio de Janeiro, como eu ainda estava no jardim de infância, eu não sei precisar o tamanho nem a duração desse problema, mas esse é um detalhe que não passa despercebido nesta história.
Como eu disse, eu estava no jardim de infância e comecei a me queixar de dor no ouvido. Como qualquer mãe, a minha tinha uma “farmácia” de remédios para criança colecionados das várias visitas ao pediatra e pingou algumas gotas de um dos remédios em meu ouvido. Aquela era uma situação que minha mãe tinha vivido várias vezes e ela não se perturbou muito a princípio, porém a preocupação cresceu com a persistência da dor.
Já havia se passado alguns dias e a dor de ouvido não melhorava, ao contrário, o problema aumentava. Minha mãe me levou a um hospital de emergência e lá, o médico que me atendeu disse que havia um objeto estranho em meu ouvido que parecia ser um grão de feijão. Minha mãe, de imediato, duvidou e falou ao médico que era pouco provável ser um grão de feijão em função da crise de abastecimento, mas autorizou o médico a fazer a remoção daquele corpo estranho.
Lembro-me que, antes de extrair o objeto, o médico ainda foi simpático comigo tentando apostar se sairia um grão de arroz ou de feijão, mas era tudo estratégia para me distrair da intervenção dolorosa que aconteceria. Acho que foi minha tia que me segurou para o médico pinçar e remover o que se revelaria um grão de feijão. Minha mãe diz que o ouvido estava tão inflamado que um pequeno fio de sangue correu por um curto tempo após a extração do grão.
O curioso (e por que não dizer “engraçado”?) foi que o feijão estava inchado e (pasmem!) germinando. A casca já havia se soltado do miolo e o grão já estava rachado ao meio com um milimétrico broto apontando. Saí do hospital no mesmo dia e hoje sou muito grato a Deus por ter a audição perfeita e por não ter me tornado a primeira criança do mundo a carregar um pé de feijão no ouvido.
Depois de muito pensar, minha mãe descobriu que o grão que “entrou” em meu ouvido veio de um trabalho manual feito na escola que envolvia a colagem de grãos de feijão em uma figura.
Até hoje damos risadas quando minha mãe conta essa história em família, mas uma simples traquinagem (sim, fui eu mesmo que coloquei o feijão por um ouvido acreditando que ele sairia pelo outro!) poderia ter se tornado um problema muito sério. Felizmente minha mãe percebeu seu erro a tempo: o remédio que deveria aliviar minhas dores estava piorando a situação. Quando ela procurou ajuda médica e parou de “regar” a plantinha antes que ela germinasse por completo, aí sim, encontramos a solução.
Quantas vezes não agimos assim em relação a Deus?
Não notamos que introduzimos em nossa vida uma pequena semente do pecado, depois não percebemos que passamos a alimentar o pecado com nossas atitudes de autossuficiência e agravamos a doença de nossa alma.
“Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. Não vos enganeis, meus amados irmãos.” (Tg 1: 14-16)
A Palavra diz que somos tentados pelos nossos próprios desejos enganosos (concupiscência). É ela o pequeno grão de feijão que colocamos, não no nosso ouvido, mas na nossa alma. Acreditamos que satisfazendo nossos desejos, eles sairão de nós, que eles deixarão de nos tentar, como eu acreditei, ingenuamente, que o feijão sairia pelo meu outro ouvido.
A verdade é que um desejo enganoso alimenta outro. Quando percebemos, estamos em um círculo vicioso do qual não conseguimos sair sozinhos. O Palavra do Senhor nos alerta quanto a essa situação quando diz que um abismo chama outro abismo (Sl 42:7) e ,depois que o pecado cria raízes, sua extração se torna, crescentemente, mais difícil e dolorosa.
O grande problema do pecado é que ele nos cega para o verdadeiro remédio e nos empurra em direção a uma vida cada vez mais corrompida. A torpeza causada pelo pecado é tão grande que acreditamos que a única solução possível nos trará um mal ainda maior. Por causa da nossa autossuficiência, achamos que Deus se comportará como um homem e nos jogará no rosto os nossos pecados e depois virará as costas, por isso queremos resolver o problema sozinhos e lançamos sobre nosso pecado paliativos que só o farão crescer e se fortificar e germinar se transformando em raízes de iniquidade. Há pessoas que carregam árvores inteiras de iniquidade porque decidem esconder de si próprias a realidade de que são falhas e que necessitam de ajuda.
Deus tem prazer em nos resgatar, mas Ele não pode consentir o pecado e quando a iniquidade se torna um traço do caráter da pessoa só há uma decisão que o Senhor pode tomar:
“Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.” (Mt 7: 17-19)
Felizmente, quando admitimos nossas limitações, quando deixamos que Jesus assuma o controle da situação somos surpreendidos pela Sua graça:
“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” (Pv 28:13)
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 Jo 1: 9)
Só quando nos submetemos ao tratamento correto, quando admitimos nossa incapacidade em lidar com o pecado e nos livrarmos dele com nossas próprias forças, deixamos que a graça de Jesus faça o seu trabalho. Somente pela graça (não pelo nosso esforço) somos livres de todo o pecado:
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2:8)
É apenas o Senhor Jesus aquele que pode nos sondar, ver dentro de nós onde estão e quais são as raízes que o pecado instalou em nossa alma e, como um médico bondoso, nos confortar enquanto arranca de nós o mal que, certamente, nos condenaria.
E depois que aceitamos todo esse tratamento, podemos ver um fio de sangue correndo, não de nossas almas, mas do coração amoroso daquele que se entregou em nosso lugar.No finalzinho dos anos setenta e no início dos anos oitenta houve uma crise de abastecimento de feijão no estado do Rio de Janeiro, como eu ainda estava no jardim de infância, eu não sei precisar o tamanho nem a duração desse problema, mas esse é um detalhe que não passa despercebido nesta história.
Como eu disse, eu estava no jardim de infância e comecei a me queixar de dor no ouvido. Como qualquer mãe, a minha tinha uma “farmácia” de remédios para criança colecionados das várias visitas ao pediatra e pingou algumas gotas de um dos remédios em meu ouvido. Aquela era uma situação que minha mãe tinha vivido várias vezes e ela não se perturbou muito a princípio, porém a preocupação cresceu com a persistência da dor.
Já havia se passado alguns dias e a dor de ouvido não melhorava, ao contrário, o problema aumentava. Minha mãe me levou a um hospital de emergência e lá, o médico que me atendeu disse que havia um objeto estranho em meu ouvido que parecia ser um grão de feijão. Minha mãe, de imediato, duvidou e falou ao médico que era pouco provável ser um grão de feijão em função da crise de abastecimento, mas autorizou o médico a fazer a remoção daquele corpo estranho.
Lembro-me que, antes de extrair o objeto, o médico ainda foi simpático comigo tentando apostar se sairia um grão de arroz ou de feijão, mas era tudo estratégia para me distrair da intervenção dolorosa que aconteceria. Acho que foi minha tia que me segurou para o médico pinçar e remover o que se revelaria um grão de feijão. Minha mãe diz que o ouvido estava tão inflamado que um pequeno fio de sangue correu por um curto tempo após a extração do grão.
O curioso (e por que não dizer “engraçado”?) foi que o feijão estava inchado e (pasmem!) germinando. A casca já havia se soltado do miolo e o grão já estava rachado ao meio com um milimétrico broto apontando. Saí do hospital no mesmo dia e hoje sou muito grato a Deus por ter a audição perfeita e por não ter me tornado a primeira criança do mundo a carregar um pé de feijão no ouvido.
Depois de muito pensar, minha mãe descobriu que o grão que “entrou” em meu ouvido veio de um trabalho manual feito na escola que envolvia a colagem de grãos de feijão em uma figura.
Até hoje damos risadas quando minha mãe conta essa história em família, mas uma simples traquinagem (sim, fui eu mesmo que coloquei o feijão por um ouvido acreditando que ele sairia pelo outro!) poderia ter se tornado um problema muito sério. Felizmente minha mãe percebeu seu erro a tempo: o remédio que deveria aliviar minhas dores estava piorando a situação. Quando ela procurou ajuda médica e parou de “regar” a plantinha antes que ela germinasse por completo, aí sim, encontramos a solução.
Quantas vezes não agimos assim em relação a Deus?
Não notamos que introduzimos em nossa vida uma pequena semente do pecado, depois não percebemos que passamos a alimentar o pecado com nossas atitudes de autossuficiência e agravamos a doença de nossa alma.
“Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. Não vos enganeis, meus amados irmãos.” (Tg 1: 14-16)
A Palavra diz que somos tentados pelos nossos próprios desejos enganosos (concupiscência). É ela o pequeno grão de feijão que colocamos, não no nosso ouvido, mas na nossa alma. Acreditamos que satisfazendo nossos desejos, eles sairão de nós, que eles deixarão de nos tentar, como eu acreditei, ingenuamente, que o feijão sairia pelo meu outro ouvido.
A verdade é que um desejo enganoso alimenta outro. Quando percebemos, estamos em um círculo vicioso do qual não conseguimos sair sozinhos. O Palavra do Senhor nos alerta quanto a essa situação quando diz que um abismo chama outro abismo (Sl 42:7) e ,depois que o pecado cria raízes, sua extração se torna, crescentemente, mais difícil e dolorosa.
O grande problema do pecado é que ele nos cega para o verdadeiro remédio e nos empurra em direção a uma vida cada vez mais corrompida. A torpeza causada pelo pecado é tão grande que acreditamos que a única solução possível nos trará um mal ainda maior. Por causa da nossa autossuficiência, achamos que Deus se comportará como um homem e nos jogará no rosto os nossos pecados e depois virará as costas, por isso queremos resolver o problema sozinhos e lançamos sobre nosso pecado paliativos que só o farão crescer e se fortificar e germinar se transformando em raízes de iniquidade. Há pessoas que carregam árvores inteiras de iniquidade porque decidem esconder de si próprias a realidade de que são falhas e que necessitam de ajuda.
Deus tem prazer em nos resgatar, mas Ele não pode consentir o pecado e quando a iniquidade se torna um traço do caráter da pessoa só há uma decisão que o Senhor pode tomar:
“Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.” (Mt 7: 17-19)
Felizmente, quando admitimos nossas limitações, quando deixamos que Jesus assuma o controle da situação somos surpreendidos pela Sua graça:
“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” (Pv 28:13)
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 Jo 1: 9)
Só quando nos submetemos ao tratamento correto, quando admitimos nossa incapacidade em lidar com o pecado e nos livrarmos dele com nossas próprias forças, deixamos que a graça de Jesus faça o seu trabalho. Somente pela graça (não pelo nosso esforço) somos livres de todo o pecado:
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2:8)
É apenas o Senhor Jesus aquele que pode nos sondar, ver dentro de nós onde estão e quais são as raízes que o pecado instalou em nossa alma e, como um médico bondoso, nos confortar enquanto arranca de nós o mal que, certamente, nos condenaria.
E depois que aceitamos todo esse tratamento, podemos ver um fio de sangue correndo, não de nossas almas, mas do coração amoroso daquele que se entregou em nosso lugar.No finalzinho dos anos setenta e no início dos anos oitenta houve uma crise de abastecimento de feijão no estado do Rio de Janeiro, como eu ainda estava no jardim de infância, eu não sei precisar o tamanho nem a duração desse problema, mas esse é um detalhe que não passa despercebido nesta história.
Como eu disse, eu estava no jardim de infância e comecei a me queixar de dor no ouvido. Como qualquer mãe, a minha tinha uma “farmácia” de remédios para criança colecionados das várias visitas ao pediatra e pingou algumas gotas de um dos remédios em meu ouvido. Aquela era uma situação que minha mãe tinha vivido várias vezes e ela não se perturbou muito a princípio, porém a preocupação cresceu com a persistência da dor.
Já havia se passado alguns dias e a dor de ouvido não melhorava, ao contrário, o problema aumentava. Minha mãe me levou a um hospital de emergência e lá, o médico que me atendeu disse que havia um objeto estranho em meu ouvido que parecia ser um grão de feijão. Minha mãe, de imediato, duvidou e falou ao médico que era pouco provável ser um grão de feijão em função da crise de abastecimento, mas autorizou o médico a fazer a remoção daquele corpo estranho.
Lembro-me que, antes de extrair o objeto, o médico ainda foi simpático comigo tentando apostar se sairia um grão de arroz ou de feijão, mas era tudo estratégia para me distrair da intervenção dolorosa que aconteceria. Acho que foi minha tia que me segurou para o médico pinçar e remover o que se revelaria um grão de feijão. Minha mãe diz que o ouvido estava tão inflamado que um pequeno fio de sangue correu por um curto tempo após a extração do grão.
O curioso (e por que não dizer “engraçado”?) foi que o feijão estava inchado e (pasmem!) germinando. A casca já havia se soltado do miolo e o grão já estava rachado ao meio com um milimétrico broto apontando. Saí do hospital no mesmo dia e hoje sou muito grato a Deus por ter a audição perfeita e por não ter me tornado a primeira criança do mundo a carregar um pé de feijão no ouvido.
Depois de muito pensar, minha mãe descobriu que o grão que “entrou” em meu ouvido veio de um trabalho manual feito na escola que envolvia a colagem de grãos de feijão em uma figura.
Até hoje damos risadas quando minha mãe conta essa história em família, mas uma simples traquinagem (sim, fui eu mesmo que coloquei o feijão por um ouvido acreditando que ele sairia pelo outro!) poderia ter se tornado um problema muito sério. Felizmente minha mãe percebeu seu erro a tempo: o remédio que deveria aliviar minhas dores estava piorando a situação. Quando ela procurou ajuda médica e parou de “regar” a plantinha antes que ela germinasse por completo, aí sim, encontramos a solução.
Quantas vezes não agimos assim em relação a Deus?
Não notamos que introduzimos em nossa vida uma pequena semente do pecado, depois não percebemos que passamos a alimentar o pecado com nossas atitudes de autossuficiência e agravamos a doença de nossa alma.
“Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. Não vos enganeis, meus amados irmãos.” (Tg 1: 14-16)
A Palavra diz que somos tentados pelos nossos próprios desejos enganosos (concupiscência). É ela o pequeno grão de feijão que colocamos, não no nosso ouvido, mas na nossa alma. Acreditamos que satisfazendo nossos desejos, eles sairão de nós, que eles deixarão de nos tentar, como eu acreditei, ingenuamente, que o feijão sairia pelo meu outro ouvido.
A verdade é que um desejo enganoso alimenta outro. Quando percebemos, estamos em um círculo vicioso do qual não conseguimos sair sozinhos. O Palavra do Senhor nos alerta quanto a essa situação quando diz que um abismo chama outro abismo (Sl 42:7) e ,depois que o pecado cria raízes, sua extração se torna, crescentemente, mais difícil e dolorosa.
O grande problema do pecado é que ele nos cega para o verdadeiro remédio e nos empurra em direção a uma vida cada vez mais corrompida. A torpeza causada pelo pecado é tão grande que acreditamos que a única solução possível nos trará um mal ainda maior. Por causa da nossa autossuficiência, achamos que Deus se comportará como um homem e nos jogará no rosto os nossos pecados e depois virará as costas, por isso queremos resolver o problema sozinhos e lançamos sobre nosso pecado paliativos que só o farão crescer e se fortificar e germinar se transformando em raízes de iniquidade. Há pessoas que carregam árvores inteiras de iniquidade porque decidem esconder de si próprias a realidade de que são falhas e que necessitam de ajuda.
Deus tem prazer em nos resgatar, mas Ele não pode consentir o pecado e quando a iniquidade se torna um traço do caráter da pessoa só há uma decisão que o Senhor pode tomar:
“Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.” (Mt 7: 17-19)
Felizmente, quando admitimos nossas limitações, quando deixamos que Jesus assuma o controle da situação somos surpreendidos pela Sua graça:
“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” (Pv 28:13)
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 Jo 1: 9)
Só quando nos submetemos ao tratamento correto, quando admitimos nossa incapacidade em lidar com o pecado e nos livrarmos dele com nossas próprias forças, deixamos que a graça de Jesus faça o seu trabalho. Somente pela graça (não pelo nosso esforço) somos livres de todo o pecado:
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2:8)
É apenas o Senhor Jesus aquele que pode nos sondar, ver dentro de nós onde estão e quais são as raízes que o pecado instalou em nossa alma e, como um médico bondoso, nos confortar enquanto arranca de nós o mal que, certamente, nos condenaria.
E depois que aceitamos todo esse tratamento, podemos ver um fio de sangue correndo, não de nossas almas, mas do coração amoroso daquele que se entregou em nosso lugar.No finalzinho dos anos setenta e no início dos anos oitenta houve uma crise de abastecimento de feijão no estado do Rio de Janeiro, como eu ainda estava no jardim de infância, eu não sei precisar o tamanho nem a duração desse problema, mas esse é um detalhe que não passa despercebido nesta história.
Como eu disse, eu estava no jardim de infância e comecei a me queixar de dor no ouvido. Como qualquer mãe, a minha tinha uma “farmácia” de remédios para criança colecionados das várias visitas ao pediatra e pingou algumas gotas de um dos remédios em meu ouvido. Aquela era uma situação que minha mãe tinha vivido várias vezes e ela não se perturbou muito a princípio, porém a preocupação cresceu com a persistência da dor.
Já havia se passado alguns dias e a dor de ouvido não melhorava, ao contrário, o problema aumentava. Minha mãe me levou a um hospital de emergência e lá, o médico que me atendeu disse que havia um objeto estranho em meu ouvido que parecia ser um grão de feijão. Minha mãe, de imediato, duvidou e falou ao médico que era pouco provável ser um grão de feijão em função da crise de abastecimento, mas autorizou o médico a fazer a remoção daquele corpo estranho.
Lembro-me que, antes de extrair o objeto, o médico ainda foi simpático comigo tentando apostar se sairia um grão de arroz ou de feijão, mas era tudo estratégia para me distrair da intervenção dolorosa que aconteceria. Acho que foi minha tia que me segurou para o médico pinçar e remover o que se revelaria um grão de feijão. Minha mãe diz que o ouvido estava tão inflamado que um pequeno fio de sangue correu por um curto tempo após a extração do grão.
O curioso (e por que não dizer “engraçado”?) foi que o feijão estava inchado e (pasmem!) germinando. A casca já havia se soltado do miolo e o grão já estava rachado ao meio com um milimétrico broto apontando. Saí do hospital no mesmo dia e hoje sou muito grato a Deus por ter a audição perfeita e por não ter me tornado a primeira criança do mundo a carregar um pé de feijão no ouvido.
Depois de muito pensar, minha mãe descobriu que o grão que “entrou” em meu ouvido veio de um trabalho manual feito na escola que envolvia a colagem de grãos de feijão em uma figura.
Até hoje damos risadas quando minha mãe conta essa história em família, mas uma simples traquinagem (sim, fui eu mesmo que coloquei o feijão por um ouvido acreditando que ele sairia pelo outro!) poderia ter se tornado um problema muito sério. Felizmente minha mãe percebeu seu erro a tempo: o remédio que deveria aliviar minhas dores estava piorando a situação. Quando ela procurou ajuda médica e parou de “regar” a plantinha antes que ela germinasse por completo, aí sim, encontramos a solução.
Quantas vezes não agimos assim em relação a Deus?
Não notamos que introduzimos em nossa vida uma pequena semente do pecado, depois não percebemos que passamos a alimentar o pecado com nossas atitudes de autossuficiência e agravamos a doença de nossa alma.
“Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. Não vos enganeis, meus amados irmãos.” (Tg 1: 14-16)
A Palavra diz que somos tentados pelos nossos próprios desejos enganosos (concupiscência). É ela o pequeno grão de feijão que colocamos, não no nosso ouvido, mas na nossa alma. Acreditamos que satisfazendo nossos desejos, eles sairão de nós, que eles deixarão de nos tentar, como eu acreditei, ingenuamente, que o feijão sairia pelo meu outro ouvido.
A verdade é que um desejo enganoso alimenta outro. Quando percebemos, estamos em um círculo vicioso do qual não conseguimos sair sozinhos. O Palavra do Senhor nos alerta quanto a essa situação quando diz que um abismo chama outro abismo (Sl 42:7) e ,depois que o pecado cria raízes, sua extração se torna, crescentemente, mais difícil e dolorosa.
O grande problema do pecado é que ele nos cega para o verdadeiro remédio e nos empurra em direção a uma vida cada vez mais corrompida. A torpeza causada pelo pecado é tão grande que acreditamos que a única solução possível nos trará um mal ainda maior. Por causa da nossa autossuficiência, achamos que Deus se comportará como um homem e nos jogará no rosto os nossos pecados e depois virará as costas, por isso queremos resolver o problema sozinhos e lançamos sobre nosso pecado paliativos que só o farão crescer e se fortificar e germinar se transformando em raízes de iniquidade. Há pessoas que carregam árvores inteiras de iniquidade porque decidem esconder de si próprias a realidade de que são falhas e que necessitam de ajuda.
Deus tem prazer em nos resgatar, mas Ele não pode consentir o pecado e quando a iniquidade se torna um traço do caráter da pessoa só há uma decisão que o Senhor pode tomar:
“Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.” (Mt 7: 17-19)
Felizmente, quando admitimos nossas limitações, quando deixamos que Jesus assuma o controle da situação somos surpreendidos pela Sua graça:
“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” (Pv 28:13)
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 Jo 1: 9)
Só quando nos submetemos ao tratamento correto, quando admitimos nossa incapacidade em lidar com o pecado e nos livrarmos dele com nossas próprias forças, deixamos que a graça de Jesus faça o seu trabalho. Somente pela graça (não pelo nosso esforço) somos livres de todo o pecado:
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2:8)
É apenas o Senhor Jesus aquele que pode nos sondar, ver dentro de nós onde estão e quais são as raízes que o pecado instalou em nossa alma e, como um médico bondoso, nos confortar enquanto arranca de nós o mal que, certamente, nos condenaria.
E depois que aceitamos todo esse tratamento, podemos ver um fio de sangue correndo, não de nossas almas, mas do coração amoroso daquele que se entregou em nosso lugar.